RIR... DE NÓS MESMOS
“É mais próprio do homem rir da vida do que lamentar-se dela”. Sêneca.
Temos a tendência de esquecer
que a vida é uma representação teatral, uma espécie de jogo. Nosso maior
problema é que nos identificamos tanto com nosso papel que chegamos a
crer que somos ele. Então esse papel nos absorve e anula toda a
possibilidade de jogar, de diversão e risos.
A vida é uma forma de
aprendizagem, Como as crianças, que pelo jogo aprendem, para saber agir
quando adultos. Introduzir a diversão em tudo o que se faz impulsiona a
imaginação criativa. Cada novo dia constitui uma nova vida, um partir do
zero e uma oportunidade inexplorada para a criança que mora em nós.
A diversão é a chave, o fluxo é
a experiência, e a liberdade é o resultado. Se vemos a vida com os
olhos de uma criança, com sua clareza e simplicidade de pensamento, com
sua confiança e inata capacidade para a alegria e o riso, encontraremos
soluções muito práticas para todos os problemas que nos afetam.
A sabedoria oriental, e também
a física quântica, nos dizem que todas as formas de vida são maia
(ilusão), e por isso, do ponto de vista objetivo, carecem de realidade.
Contudo, sofremos por causa de nossa ignorância, pois levamos muito a
sério o que realmente carece de importância e de transcendência.
Todas as grandes tradições
espirituais do mundo oferecem, em sua forma original, uma doutrina de
alegria. A tradição budista sente-se orgulhosa de conservar a lenda do
Buda Sorridente, cuja alegria, riso e inteligência transcendem todos os
sofrimentos. Uma espiritualidade sem as fontes eternas do riso e da
diversão esterilizam o coração e obscurecem a alma.
A arte de viver com alegria
não é arbitrária, mas exige uma técnica singular. Trata-se de estar
plenamente consciente, plenamente desperto e plenamente vivo. A alegria é
uma qualidade, um atributo do coração, uma atitude da mente, uma
dimensão da alma. Ninguém pode dar a ninguém sua alegria, mas sim,
ensinar como encontrá-la. É como percorrer um caminho, ninguém pode
fazê-lo pelo outro, mas somente por si mesmo.
Uma vida feliz consiste em
capturar, comemorar e aproveitar ao máximo o momento presente. Carpe
Diem. Depende de nós dar esse passo na busca de percorrer um caminho de
aprofundamento interior. Necessitamos aprender a rir de nós mesmos, o
que nos leva primeiro a nos conhecer. Esse conhecimento, essa sabedoria,
encontramos na Filosofia. A Filosofia nos mostra as regras do jogo,
esse jogo da vida no qual todos estamos imersos.